Presidente da Federação destaca desafios e propõe soluções na defesa dos atletas em reunião com o Comité Olímpico de Portugal

O Presidente da Federação Portuguesa de Boxe, Paulo César Teixeira, participou recentemente numa reunião com o Comité Olímpico de Portugal (COP), onde partilhou a realidade da modalidade e defendeu uma maior proximidade e apoio aos atletas e federações menos apoiadas.

Na sua intervenção, Paulo César Teixeira começou por felicitar o novo Presidente do COP, destacando a importância de um novo ciclo para o desporto nacional. Contudo, não deixou de expressar o sentimento de isolamento sentido pelos representantes e atletas do boxe, afirmando que, durante anos, os atletas competiram internacionalmente a expensas próprias e sem o devido acompanhamento federativo — uma lacuna que, na sua visão, o COP deveria ter colmatado.

“Senti uma barreira de comunicação entre o COP e os Atletas do Boxe”, referiu, apontando como exemplo positivo o acompanhamento dado a outras modalidades, como o Taekwondo. Sublinhou ainda que a Federação é um elemento estruturante, mas que, na sua ausência, deve existir uma monitorização eficaz por parte das entidades olímpicas que evite o abandono dos atletas.

Paulo César Teixeira revelou também que a Federação Portuguesa de Boxe não recebe financiamento público e que os estágios e processos de apuramento olímpico são feitos fora do país. Ainda assim, conseguiu garantir apoio do setor privado, tendo sugerido ao COP que se torne um ponto de encontro para este tipo de investimento desportivo.

Outro dos pontos abordados foi a falta de instalações desportivas adequadas em Portugal para a prática de boxe. Destacou a inexistência de infraestrutura própria ou partilhada nos Centros de Alto Rendimento (CAR), referindo que até hoje não foi possível garantir um espaço com condições mínimas, como dormitório, refeitório e um ringue de treino. Em Viana do Castelo, encontrou abertura por parte do município para desenvolver um centro que designou como “Alta Performance”, por não cumprir ainda os requisitos formais de um CAR.

Finalizou sugerindo a criação de uma entidade que centralize o mapeamento e gestão das infraestruturas desportivas disponíveis em Portugal, promovendo uma melhor articulação entre Governo, Municípios e Federações.

A Federação Portuguesa de Boxe continuará a trabalhar para garantir as melhores condições para os seus atletas e espera que este novo ciclo no COP traga mudanças estruturais, justas e inclusivas para todas as modalidades.